L’air est doux. Je l’aspire à grandes bouffées par le hublot grand ouvert de ma cabine. Elle n’est pas très grande mais juste ce qu’il faut, un lit, confortable, une table de nuit et sa lampe sur ventouse, un petit bureau, un sofa, un frigo, une armoire et la salle de bain, bien sur. De la bonne fabrication, comme dirait le commandant, dans les détails, comme l’orientation du lit, dans le sens de la marche, tête vers l’avant, simplement pour éviter les afflux de sang. Les bateaux chinois, par contre c’est n’importe quoi. Il avait navigué il n’y a pas si longtemps sur un cargo construit en Chine et sa couchette était perpendiculaire à la marche. Impossible de dormir. Notre porte containers, lui, avait été construit en Corée du Sud ! Finalement pas très loin de la Chine.
Vadim m’explique tous les cadrans du poste de commandement. Les multiples boussoles, la bonne, numérique, doublée par une autre numérique en cas de panne de la première. La magnétique aussi, mais elle ne colle pas avec l’autre.
Normal, me dit-il, dans les bateaux métalliques, la magnétique, ça merde toujours. Il m’apprend aussi à faire un relevé de position, mise au point sur le soleil descendant, pas encore de lune, ni d’étoiles. Nous n’avons donc qu’une seule ligne de référence.
La vitesse dans l’eau ne correspond pas à celle au sol (Ground Speed). Normal, l’eau bouge ! Suis-je bête ! L’indicateur d’inclinaison du bateau, celui qui m’angoisse, celui d’orientation du gouvernail, en principe toujours dans l’axe quand on suit le cap. On est droit maintenant sur Phillipsburg, après avoir pris notre virage hier au large des Açores, finalement trop loin pour nos téléphones portables… Oh tristesse générale à bord !
Les GPS et les radars dans l’obscurité presque totale du poste de commandement où il faut au moins cinq minutes pour distinguer quelque chose quand on y entre, tant les pupilles ont du mal de se dilater, l’éclat de rire de Léni résonne fort. Il vient de changer de cap, tout doucement me dit-il mais il rit rien qu’à l’idée du chambardement sur le bateau s’il avait changé brusquement de cap. On part tous les deux dans un demi fou rire, rappelés à l’ordre par l’alarme du « death man », ce bouton orange qui clignote et sonne toutes les vingt minutes et oblige l’homme du quart à l’éteindre pour signaler qu’il est toujours vivant. Dans le cas contraire, alarme générale à bord. Ce branlebas de combat général restera prisonnier de nos imaginations et de nos fous rires.
Nouveau changement d’heure cette nuit et ce bruit métallique d’horlogerie mal graissée.
27 de Novembro
O ar está suave. Aspiro-o em grandes lufadas pela janelinha escancarada de minha cabine. Ela não é muito grande, mas o que preciso, uma cama, confortável, uma cabeceira com abajur de ventosa, uma escrivaninha, um sofá, um frigobar, um armário e, claro, um banheiro. De boa fabricação, como diria o comandante, nos detalhes, como a orientação da cama no sentido da proa, cabeça para frente, simplesmente para evitar os afluxos de sangue. Os barcos chineses, ao contrário, são feitos de qualquer jeito. Ele navegou há pouco tempo num cargueiro construído na China e sua cama era perpendicular à proa. Impossível dormir. Já o nosso porta-contêineres foi construído na Coreia do Sul! No fim das contas, não muito longe da China.
Vadim me explica todos os indicadores do posto de comando. As diversas bússolas, a boa, digital, dobrada de outra também digital, em caso de a primeira estragar. A magnética também, mas ela não bate com a outra. Normal, diz ele, nos barcos metálicos a magnética sempre dá merda. Ele me ensina também a levantar a posição, focar no sol descendo, ainda sem lua, nem estrelas. Contamos com uma linha de referência só.
A velocidade na água não corresponde à velocidade na terra (Ground Speed). Normal, a água se move! Que estúpido! O indicador de inclinação do barco, aquele que me angustia, o da orientação do leme, a princípio, sempre no eixo quando seguimos o curso. Estamos agora exatamente na linha de Phillipsburg, após termos mudado de rumo ontem ao largo dos Açores, no final, ainda longe demais para nossos celulares... Oh! Tristeza geral a bordo!
Os GPS e os radares na escuridão quase total do posto de comando, onde são necessários pelo menos cinco minutos para começar a distinguir alguma coisa quando entramos ali, de tanto que as pupilas têm dificuldade em se dilatar, a gargalhada de Leni ressoa forte. Ele acaba de mudar de rumo, com toda suavidade pelo que diz, mas ele ri só de pensar no alvoroço que haveria no navio se o tivesse feito bruscamente. Ambos começamos a gargalhar, mas somos trazidos de volta à realidade pelo alarme do « dead man », esse botão laranja que pisca e soa a cada vinte minutos obrigando o homem que está de serviço a sinalizar que continua vivo. Caso contrário, alarme geral a bordo. Esse alvoroço de combate ficará apenas em nossas imaginações e nossas risadas loucas.
Nova mudança de horário essa noite – e esse ruído metálico de relojoaria mal lubrificada.