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28 Novembre

Lundi. Nuit d’insomnie. Pas moyen de dormir. Ou alors, un demi sommeil, à moitié éveillé. Lever à 6 heures trente, comme tous les jours, après un nouveau changement d’heure. On est à moins 4 par rapport au Havre.


Hier, nous avons croisé un autre bateau, 289 mètres de long comme le système d’identification nous l’indique de même que des tas d’autres infirmations sur son contenu, son cap, sa vitesse.


J’explique quelques notions de photo à Vadim.


Le matin, l’équipage au grand complet, commandant en tête, a fait l’entraînement pour les situations d’urgence, tous en salopette bleue avec dans leur dos le nom de la compagnie. Ces exercices sont obligatoires une fois par mois ou s’il y a des changements de plus de 25 % de l’équipage, ce qui est notre cas.


Aujourd’hui, le commandant vient de m’annoncer que les prévisions du temps pour les prochains jours ne sont pas très bonnes. Mais rien à voir avec les tempêtes en Europe me dit-il. Et je n’arrive pas à savoir s’il me fait une blague ou si c’est vrai. On verra ! Apparemment, on aura vraiment du mauvais temps, mais pas tant que ça. En moi-même je me dis que ce sera peut-être comme au départ, pour me rassurer car j’ai difficile à croire à du mauvais temps avec ce ciel bleu et ce soleil qui chauffe déjà.


On a discuté « montres » avec Jean-Pierre et le commandant. Jean-Pierre dit « le capitaine ». C’est un sujet que je ne connais pas et traduire la conversation n’est pas facile. Car Jean-Pierre, en bon français, ne parle ni ne comprend l’anglais. Entre ressorts, balanciers, cylindres, tourbillon de Breguet ou Pateck, les vraies fausses Rolex, je m’y perds.


Ce midi, j’ai mangé au mess de l’équipage philippin. De la soupe de poisson, dans laquelle nagent les têtes entières, du riz blanc à profusion et des sortes de grandes sardines. J’ai eu aussi droit à un morceau presque sans arrêtes à la sauce aigre douce. Visiblement ils ont tous apprécié que je vienne. Ce soir je suis invité pour un plat spécial que le cuisinier veut me faire gouter, une sorte de marinade dans du citron, mais je ne sais pas de quoi, je verrai. Depuis que j’ai parlé des baluts hier (prononcez baloutes), c’est comme si j’étais philippin. Le balut, c’est cet œuf de canard qu’on laisse grandir jusqu’à 22 jours, la veille du jour où le petit canard sort de sa coquille. Je n’ai pas un très bon souvenir du jour où j’ai été forcé, par respect pour mes hôtes, d’en manger un. Mais quand j’en ai parlé à Leni, cela s’est répandu comme une traînée de poudre. Il est rare maintenant que je ne croise pas un philippin sans qu’il me dise dans un grand sourire : « Baloute, baloute ! ».


J’écris sur le pont, dans la salle des cartes. J’ai une superbe vue sur l’océan. C’est Serguei, le second officier qui est de quart. Inlassablement, il refait ses calculs, plus peut-être pour passer le temps que par nécessité.




28 de Novembro


Segunda-feira. Noite de insônia. Não tem jeito de dormir. Ou então um meio sono, meio acordado. Levanto às seis e trinta, igual a todos os dias, após uma nova mudança de horário. Já estamos a menos 4 em relação a Le Havre.


Ontem, cruzamos outro barco, 289 metros de comprimento conforme o sistema de identificação nos indica, assim como muitas outras informações sobre seu conteúdo, curso, velocidade.


Explico algumas noções de fotografia a Vadim.


Pela manhã, toda a tripulação, com o comandante à frente, fez o treinamento para as situações de emergência, todos de macacão azul com o nome da companhia nas costas. Esses exercícios são obrigatórios uma vez por mês ou se mais de 25% da tripulação é revezada, o que é o nosso caso.


Hoje, o comandante acaba de me dizer que as previsões do tempo para os próximos dias não são muito boas. Mas nada a ver com as tempestades na Europa, diz ele. E fico sem saber se ele está brincando ou se é sério. Veremos!


Aparentemente, teremos, realmente, mau tempo, mas não tanto assim. Dentro de mim, penso que será talvez como na partida, para me tranquilizar, pois não consigo imaginar um tempo ruim com esse céu azul e esse sol que já começa a esquentar.


Conversamos « relógios », eu, Jean-Pierre e o comandante. Jean-Pierre fala « le capitaine ». É um assunto que não conheço e traduzir a conversa não é fácil. Pois Jean-Pierre, como típico francês, não fala nem entende inglês. Entre molas, pêndulos, cilindros, turbilhões de Breguet ou Pateck, os verdadeiros falsos Rolex, acabo me perdendo.


Hoje ao meio-dia, almocei na messe da tripulação filipina. Sopa de peixe, na qual nadam cabeças inteiras, arroz branco em profusão e o que pareciam grandes sardinhas. Tive direito inclusive a um pedaço quase sem espinhos, com molho agridoce. Pelo jeito, todos apreciaram minha vinda. Esta noite sou convidado para um prato especial que o cozinheiro quer que eu experimente, um tipo de marinada no limão, mas não sei bem de quê, logo verei. Depois que falei de baluts ontem, é como se eu fosse filipino. O balut é esse ovo de pato que cresce até 22 dias, a véspera do dia em que o patinho sai de sua casca. Não tenho uma lembrança muito boa do dia em que me forçei, por respeito a meus anfitriões, a comer um. Mas quando falei disso ao Leni, a noticia se espalhou como um rastro de pólvora. É raro agora eu cruzar um filipino sem que ele me diga com um grande sorriso: « balut, balut »!


Escrevo na ponte, na sala dos mapas. Tenho uma vista maravilhosa do oceano. É Serguei, o segundo oficial, que está de serviço. Incansavelmente, ele refaz seus cálculos, talvez mais para passar o tempo do que por necessidade.

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